XXIV BIENAL DE MÚSICA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
A Bienal de Música Brasileira Contemporânea e a Funarte nasceram praticamente juntas, no já longínquo ano de 1975. Realizada ininterruptamente há mais de quatro décadas, a Bienal é um dos mais longevos eventos sob a responsabilidade da Funarte. Ao longo de 2020, no entanto, o mundo se viu diante da maior crise sanitária em mais de um século. A Funarte, órgão do governo fe- deral responsável pelas políticas públicas para as Artes, não deixou de cumprir seu papel e lançou diversos editais para socorrer o setor. Além do Prêmio RespirArte, que contemplou todas as linguagens artísticas, lançou na área da música o Prêmio Funarte de Apoio a Bandas de Música, III Prêmio Ibermúsicas de Composição de Obra Coral, o VII Prêmio Ibermúsicas de Criação de Canções – Canções da Quarentena e o Prêmio Funarte Festivais de Música. Além de manter o fluxo contínuo de editais nas suas diversas áreas de atuação, o grande desafio para 2021 foi o de garantir a realização da Bienal, um dos eventos que exige o maior esforço orçamentário por parte da Funarte. Para tal, a competência da equipe do Centro da Música, comandada por Bernardo Guerra, e dos demais setores da instituição envolvidos, foi fundamental, assim como a profícua parceria com a Universidade Fe- deral do Rio de Janeiro, que criou, através de sua Escola de Música, as condições necessárias para, em curto espaço de tempo, estruturarmos o evento. Como presidente da Funarte, tenho a grata satisfação de abrir mais uma edição da Bienal de Música Brasileira Contemporânea, ação que reafirma o compromisso da instituição no fomento às artes em nosso país.
Tamoio Athayde Marcondes
Presidente da Funarte
Bernardo Guerra
Diretor do Centro da Música da Funarte
Ronal Silveira
Diretor da Escola de Música da UFRJ
A realização da XXIV Bienal de Música Brasileira Contemporânea após o longo período de paralisação das atividades artísticas é uma vitória de todo o setor musical. Mesmo diante de um quadro de incertezas, a Funarte perseverou e mostrou seu compromisso para com o mais importante evento exclusivamente dedicado à música brasileira contemporânea. Ainda que realizada com as restrições impostas pelos protocolos sanitários, que condicionaram o efetivo de intérpretes e o repertório, os números da XXIV Bienal são relevantes. Para a edição de 2021 serão apresentadas obras de 75 compositores brasileiros, entre os convidados (maiores de 50 anos e com pelo menos dez participações em bienais) e os selecionados através de chamada pública. Das 253 obras inscritas no edital, 213 foram habilitadas para a etapa de seleção. Foram então selecionadas 48 obras, que, junto com as encaminhadas pelos compositores convidados, formam a programação dos 11 concertos. Serão 44 obras em estreia mundial. Fato relevante a destacar é o número de orquestras participantes – seis ao todo – só superado pelas sete orquestras que participaram da XIII Bienal, em 1999. A Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro, grupo da Ação Social pela Música, faz o concerto de abertura. A participação do grupo objetiva aproximar os jovens dos projetos sociais do universo da música contemporânea, ao mesmo tempo em que traz para o evento a face real de uma atividade musical pujante, que ocorre fora dos meios acadêmicos. Há apenas dois registros de orquestras jovens nas Bienais desde 1975, a extinta Orquestra Sinfônica Jovem do Estado do Rio de Janeiro, em três edições entre 1985 e 1989, e a Orquestra Juvenil da Bahia, em 2015. Dentre os 72 compositores, estão representados doze estados brasileiros, desde os veteranos, alguns presentes na primeira edição do evento, até a nova geração recém-saída dos cursos universitários. Por fim, é justo ressaltar que a realização da XXIV Bienal não teria sido possível sem a ação da direção da Funarte, sem a dedicação de sua equipe de servidores e a parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Por fim, deixo registrado meu agradecimen- to especial aos colegas compositores e regentes que participaram da comissão de seleção, às orquestras que aceitaram incluir um concerto para a XXIV Bienal em suas programações e a todos os intérpretes que, cientes das limitadas condições oferecidas, abraçaram a causa de manter vivo o evento.
André Cardoso
Coordenador artístico da XXIV Bienal de Música Brasileira Contemporânea
REALIZAÇÃO
Fundação Nacional de Artes – Funarte
Secretaria Especial da Cultura Ministério do Turismo
Governo Federal
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Escola de Música da UFRJ
PARCERIA
Fundação Anita Mantuano de Artes
Funarj Sala Cecília MeireleS